sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sem contexto


Se te escrevo é porque significou.
Mas não deveria.
Era tudo pele
desejo
afinidade
Nunca passou de vontade.
Não! (não era pra ter passado)
O telefone tocava e era você
Não tinha rodeios
Nunca teve conquista.
Você vinha
sem contexto
(como foi na primeira vez)
e ia
a mando do relógio e compromissos.
Mas entre uma coisa e outra
a gente se olhava
se abraçava
(as vezes até ria)
você me tocava, desejava
e eu ardia.
A noite emendava o dia
e eu queria
(não era pra querer)
você.
E então acabou.
Sem contexto.
Sem por quê.
Não nos vimos
e eu te detestei.
E quando você surgiu
de novo
sem contexto
eu ri
e me orgulhei.
Soube que [finalmente]
tínhamos um contexto.
Que tudo nunca foi nada.
Neguei.
Provoquei.
E pensei:
"te mato de vontade
se outra vez você aparecer
sem contexto."
E tudo sempre foi nada.

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